quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Construindo práticas transdisciplinares

Reflexão sobre o texto: "A abordagem das diferentes áreas do conhecimento nos primeiros anos do Ensino Fundamental" CORSINO, P.

Você pode ler o texto clicando aqui!

 É curioso pensar em como nossa vivência enquanto alunos exerce grande influência em nossa prática docente. Infelizmente acabamos por reproduzir algumas formas de ação naturalizadas em nossa concepção educacional. Por exemplo: raramente questionamos as formas de organização disciplinar que utilizamos. Português, matemática, história, geografia, ciências. A divisão disciplinar acaba por não criar ligações entre as áreas de conhecimento, esquecendo que todas elas partem de saberes que se relacionam. Somado a isso, temos a ideia de "o que é" e "como" aprender. Ainda reproduzimos a ideia de que para aprender o aluno necessita estar sentado, quieto, e só estamos ensinando se algum conteúdo está sendo exposto com aquela intenção. Resumindo: para aprender, a brincadeira, a diversão e a espontaneidade devem estar de fora. Tudo deve ser milimetricamente planejado, e seguido a risca. Devemos ter o "controle" da turma.

O texto me trouxe algumas dessas reflexões, que já povoam minha mente há algum tempo, e trouxe alguns novos elementos. Ao mesmo tempo, me remeteu a outras leituras que fiz. Citando uma referência que me veio a mente, está o livro "O sentido da escola", uma organização das professoras Regina Garcia Leite e Nilda Alves. Comprei esse livro em um sebo (aliás, é sempre bom caçar nas feirinhas e sebos), e já li algumas vezes. Assim como o texto ao qual estou me referindo nessa reflexão, neste livro também temos exemplos de falas de professores, relatando experiências onde essa concepção de educação foi confrontada com novas possibilidades de ensino-aprendizagem. E então nos colocamos a pensar: quantas vezes deixamos de ouvir os alunos para seguir o planejamento que havíamos feito e que temos que cumprir? Quantas vezes não nos permitimos tentar de outra maneira?

Digo isso porque acho que os casos relatados não são exceções. Talvez sejam exceções as posturas das professoras, que estiveram atentas aos questionamentos trazidos pel@s alun@s. Mas sem dúvida, a todo momento em sala de aula, as crianças questionam, falam sobre assuntos variados e levam temas que não estão em nosso planejamento. Impossível criar um planejamento que contemple completamente o que a criança anseia. Acredito que o planejamento é importante, na medida em que traz uma organização necessária, e possibilita sempre criar novos métodos. Inclusive o planejamento, na minha opinião, deve vir acompanhado de observações e anotações. Ou seja, é preciso o antes e o depois. É importante planejar, ou seja, presumir o que e como irá ser trabalhado, e também refletir depois, se realmente ocorreu como previsto, e se não ocorreu como foi, o que aconteceu, que novos desdobramentos surgiram. Imagine que exercício interessante seria poder comparar o que esperamos de uma aula com o que realmente aconteceu?

Anotei alguns pontos que julguei fundamentais para o aprofundamento do texto:

- Relação entre curiosidade e aprendizagem sendo necessário receptividade em sala de aula;
- Conceitos espontâneos e científicos;
- Conhecimento como construção;
- A dificuldade da escola em lidar com a pluralidade e com as diferenças;
- Curriculo e planejamento relacionados com atravessamentos sociais e históricos.

Com a discussão em sala, também me chamou a atenção a questão da função do professor na escola. Lembrei sobre alguns textos que estudamos na disciplina "Escola como Espaço Político e Pedagógico IV", onde refletimos sobre o professor e as dificuldades de ser agente ativo em toda a escola, abrangendo todas as instâncias de organização escolar e pedagógica. Vou procurar os textos que tratavam disso e postarei aqui em forma de link.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Alfabetização e letramento: reflexões

Reflexão sobre o texto:
MONTEIRO,  Alfabetização e letramento. Salto para o futuro, Anos iniciais do ensino fundamental, Brasília: MEC,  ano XIX, pp. 10-28, setembro/2009.  

 Clique aqui para acessar o texto


Ao ler o texto percebemos a necessidade urgente de se compreender melhor o processo de desenvolvimento da leitura e escrita nos alunos do ensino fundamental, e para isso é fundamental refletirmos sobre os conceitos de alfabetização e letramento. 

Tendo em vista as mudanças sociais, aprender a ler e escrever deixou de significar apenas a simples reprodução de letras e sílabas, para se transformar em algo que possa levar significado à vida do sujeito. Apropriar-se da escrita para que através dessa ferramenta o sujeito possa decodificar o mundo a sua volta. Dessa forma, a união entre a alfabetização, sendo o domínio dos códigos e habilidades para a leitura e escrita, e o letramento, compreendido como a utilização dos signos em uma leitura de mundo, é o caminho para a escola atual.


O texto nos auxilia com algumas sugestões, que nos levam a construir novas práticas em sala de aula. Porém, é preciso destacar que não existem fórmulas. O processo de letramento é complexo, e único para cada sujeito. É preciso que a professora (utilizo, assim como no texto, o feminino em vez da generalização masculina, uma vez que a maioria das profissionais são mulheres) possa refletir sua prática e construi-la cotidianamente.


Acho interessante transpassar o texto e exemplificar com minha prática atual. Como professor em início de carreira, trabalhando com uma turma de alfabetização, procurei algumas fórmulas, maneiras prontas para trabalhar em sala, e não encontrei. Corrigindo, as que encontrei não me satisfaziam, por serem mecânicas e uniformizadoras. Então, percebi que o máximo que irei encontrar na teoria são materiais para reflexão, e que a construção de minha proposta pedagógica irá se dar por meio da minha interação com os alunos e com a equipe educadora/pedagógica da escola. 

Minhas amigas (Bruna, Camila e Pamela) e eu discutimos o texto, e a partir dele criamos um slide para melhor apresentá-lo. Veja o slide clicando aqui

Achei interessante este vídeo com uma poesia sobre letramento, feito por uma aluna. 


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Oi, meu nome é...

O tio mandou que a primeira postagem do blog seja falando sobre mim, sobre minha relação com a leitura na infância e tal e coisa. 

Bem, meu nome é Daniel, tenho 25 anos e eu sou estudante de pedagogia da FEBF/UERJ. Engraçado que nossa apresentação sempre costuma destacar aquilo que mais nos orgulhamos ou que mais gostamos em nossa vida. Hoje eu me apresento como universitário, porque tenho orgulho do meu curso, mas já me apresentei de diferentes maneiras. Também sou professor na rede municipal de Nova Iguaçu e bolsista de Iniciação Científica. Também me orgulho dessas coisas, mas considero-as decorrências da minha formação, então minha principal apresentação continua sendo "estudante de pedagogia". 

A leitura sempre foi um ponto forte na minha vida. E aí que entra o nome do blog. Fiz com esse nome por dois motivos:
1. O blog é para uma disciplina na faculdade, a pedido do professor. Então fica a brincadeira.
2. Minha relação com a leitura começou na escola básica, com aqueles livros que vinham junto na lista de material escolar, e que tínhamos que ler durante o ano para responder aquelas perguntas que vem num papel solto dentro do livro. Eram os tios e tias que mandavam a gente ler. Muitos ficaram na obrigação, mas eu me rendi e fiquei apaixonado por livros.

Então através dessa obrigação de ler os livros, fui me encantando e lendo mais e mais. Até finalizar o primeiro ciclo do fundamental (que nem tinha esse nome, era 1º grau mesmo) a coisa foi mais difícil. A escola que estudava era pequena, não tinha biblioteca, e minha família também não tinha recurso ($$$) para comprar livros. No máximo aqueles que "o tio mandou". A partir da 5ª série (atual 6º ano) mudei para uma escola maior, onde tinha biblioteca com uma variedade bem interessante de livros. E era lá que eu me enfurnava todos os dias na hora do recreio e depois da aula. Lia muito e tudo, principalmente livros para adolescentes, da série vaga-lume e outros. Um puxava o outro. Lembro quando descobri a série dos Karas, de Pedro Bandeira: li todos em uma semana. 

Li nessa época um ou outro clássico, como Dom Casmurro, porque os tios mandavam. Diziam que a gente tinha que ler coisa mais séria, já que estávamos quase no 2º grau. Confesso que achei bem chato o tal do Dom Casmurro, mas resolvi ler outra coisa do mesmo autor pra ter certeza que era chato, e li Memórias Póstumas de Bráz Cubas, e achei melhor. Ainda assim, meu negócio eram os livros paradidáticos. 

Antes que eu transforme isso aqui em um capítulo de uma auto biografia, vou parar porque acho que já consegui ilustrar como foi minha relação com a leitura na infância, e foi isso que "o tio mandou".

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