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É curioso pensar em como nossa vivência enquanto alunos exerce grande influência em nossa prática docente. Infelizmente acabamos por reproduzir algumas formas de ação naturalizadas em nossa concepção educacional. Por exemplo: raramente questionamos as formas de organização disciplinar que utilizamos. Português, matemática, história, geografia, ciências. A divisão disciplinar acaba por não criar ligações entre as áreas de conhecimento, esquecendo que todas elas partem de saberes que se relacionam. Somado a isso, temos a ideia de "o que é" e "como" aprender. Ainda reproduzimos a ideia de que para aprender o aluno necessita estar sentado, quieto, e só estamos ensinando se algum conteúdo está sendo exposto com aquela intenção. Resumindo: para aprender, a brincadeira, a diversão e a espontaneidade devem estar de fora. Tudo deve ser milimetricamente planejado, e seguido a risca. Devemos ter o "controle" da turma.

Digo isso porque acho que os casos relatados não são exceções. Talvez sejam exceções as posturas das professoras, que estiveram atentas aos questionamentos trazidos pel@s alun@s. Mas sem dúvida, a todo momento em sala de aula, as crianças questionam, falam sobre assuntos variados e levam temas que não estão em nosso planejamento. Impossível criar um planejamento que contemple completamente o que a criança anseia. Acredito que o planejamento é importante, na medida em que traz uma organização necessária, e possibilita sempre criar novos métodos. Inclusive o planejamento, na minha opinião, deve vir acompanhado de observações e anotações. Ou seja, é preciso o antes e o depois. É importante planejar, ou seja, presumir o que e como irá ser trabalhado, e também refletir depois, se realmente ocorreu como previsto, e se não ocorreu como foi, o que aconteceu, que novos desdobramentos surgiram. Imagine que exercício interessante seria poder comparar o que esperamos de uma aula com o que realmente aconteceu?
Anotei alguns pontos que julguei fundamentais para o aprofundamento do texto:
- Relação entre curiosidade e aprendizagem sendo necessário receptividade em sala de aula;
- Conceitos espontâneos e científicos;
- Conhecimento como construção;
- A dificuldade da escola em lidar com a pluralidade e com as diferenças;
- Curriculo e planejamento relacionados com atravessamentos sociais e históricos.
Com a discussão em sala, também me chamou a atenção a questão da função do professor na escola. Lembrei sobre alguns textos que estudamos na disciplina "Escola como Espaço Político e Pedagógico IV", onde refletimos sobre o professor e as dificuldades de ser agente ativo em toda a escola, abrangendo todas as instâncias de organização escolar e pedagógica. Vou procurar os textos que tratavam disso e postarei aqui em forma de link.